sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Agostinho de Hipona


Muitos afirmam que o cristianismo não seria o mesmo sem Paulo de Tarso, podemos também afirmar que ele não seria o mesmo hoje sem um dos grandes pensadores da igreja latina e um dos maiores teólogos de toda a historia Agostinho de Hipona.
Por causa da sua autobiografia, as Confissões, a vida de Agostinho é a mais conhecida dentre os pais da igreja. Ele nasceu em 354 em Tagaste, no norte da África, não longe da grande cidade de Cartago (na moderna Tunísia). Recebeu o nome de Aurelius Augustinus. Seu pai, Patrício, um funcionário público de classe média, era um pagão que só se converteu pouco antes de morrer em 372. Sua mãe, Mônica, era uma cristã piedosa de forte personalidade. O jovem estudou em sua cidade natal e depois em Madaura e Cartago. Destacou-se na retórica latina, mas não conseguiu dominar a língua grega. Embora fosse um catecúmeno desde a infância, tinha paixão pelo teatro e somente disciplinou a sua sexualidade através da união com uma concubina (372-385), que lhe deu um filho, Adeodato (†c.390). Desiludido com a Bíblia e fascinado pela filosofia através da leitura de uma obra do orador romano Cícero (Hortênsio), voltou-se para o maniqueísmo, uma seita gnóstica, e depois para o ceticismo. Tornou-se professor de retórica em Tagaste e Cartago, e foi então para Roma (383) e Milão (384), sendo logo seguido por sua mãe, interessada em seu progresso profissional e em seu retorno à igreja.
A conversão
Em Milão, Agostinho recebeu a influência da filosofia neoplatônica, que o convenceu da existência do Ser transcendente imaterial e lhe deu uma nova compreensão do problema do mal (corrupção ou ausência do bem). Impressionou-se com a eloqüência erudita e com a pregação alegórica do grande bispo Ambrósio (c. 339-397), considerado o maior orador sacro da antiga igreja latina. Sua peregrinação culminou em agosto de 386 com a célebre experiência do jardim, narrada com detalhes nas Confissões. Enquanto conversava com o amigo Alípio sobre a mensagem do apóstolo Paulo, Agostinho sentiu-se tomado de profunda emoção. Afastando-se, ouviu uma criança cantar repetidamente tolle lege (“toma e lê”). Abrindo ao acaso a carta aos Romanos, leu os versos 13 e 14 do capítulo 13, convertendo-se afinal.
Continuamos na próxima.

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