sexta-feira, 16 de agosto de 2013

De libertate arbitrii


O tratado sobre a liberdade do arbítrio foi escrito entre 1080 e 1085 e faz parte, juntamente com os “diálogos sobre a verdade”  e De casu diaboli (A queda do demônio), de uma trilogia sobre os estudos da Escritura,  a reflexão sobre a liberdade sempre esteve presente na obra de Anselmo.
A pergunta fundamental nesta obra e a que abre o dialogo, ela resume o dilema do arbítrio. “Já que o livre-arbítrio parece incompatível com a graça, com a predestinação e a presciência de Deus, desejo saber o que é a liberdade de arbítrio e se sempre a possuímos.”
O grande mérito de Anselmo nesta obra e sair do terreno comum do conflito Livre Arbítrio X Soberania de Deus e pensar se nosso conceito de liberdade e verdadeiro ?  O que é liberdade ? Sempre a possuímos ?
O Nosso arbítrio e a nossa vontade são verdadeiramente livres ? 
Anselmo negara a possibilidade de se pensar a liberdade como uma alternativa entre posso pecar e posso não pecar.
Se a liberdade fosse poder de alternativa ,  ela seria negada a Deus e aos anjos bons, que não podem pecar, logo isto seria uma blasfêmia.
A liberdade recebe logo no inicio deste tratado uma condição positiva, na sua distinção de  não pecar.  ( uma potentia non peccandi).
Mesmo observando que há diferenças entre o livre Arbítrio de Deus e dos anjos de um lado e o  do homem de outro,  Anselmo busca encontrar uma definição que tenha validade para todos.
Observamos o seguinte: Deus, os anjos e os homens são livres, isto é, estão sob uma mesma definição de liberdade,  no entanto, não implica que todos são igualmente livres.
A Vontade e um bem que dignifica o homem perante as outras criaturas, ele descreva que a vontade se torna verdadeiramente livre quando faz aquilo que convém, quando pratica o que é reto.
Assim quanto mas se aproxima da retidão, mas esta vontade e livre, e quanto mais praticamos o que é nocivo, mais nos afastamos da liberdade.
Assim a palavra retidão (que é fundamental no pensamento ético de Anselmo) esta associada a vontade,  quanto mais esta vontade for reta, maior será a liberdade da vontade.  Assim chegamos com este argumento, que o Poder de Pecar afeta diretamente à vontade, mas ele não é a liberdade e nem parte da liberdade.
Chegamos a três aspectos:  A liberdade é um poder,  a vontade é livre na medida em que possui a retidão e por fim a liberdade diante do pecado (esta aprisiona o homem) que faz com que o homem não possa voltar a condição anterior da vontade reta.

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