O tratado sobre a liberdade do arbítrio
foi escrito entre 1080 e 1085 e faz parte, juntamente com os “diálogos sobre a
verdade” e De casu diaboli (A
queda do demônio), de uma trilogia sobre os estudos da Escritura, a reflexão sobre a liberdade sempre esteve
presente na obra de Anselmo.
A pergunta fundamental nesta obra e a
que abre o dialogo, ela resume o dilema do arbítrio. “Já que o livre-arbítrio
parece incompatível com a graça, com a predestinação e a presciência de Deus,
desejo saber o que é a liberdade de arbítrio e se sempre a possuímos.”
O grande mérito de Anselmo nesta obra e
sair do terreno comum do conflito Livre Arbítrio X Soberania de Deus e pensar
se nosso conceito de liberdade e verdadeiro ?
O que é liberdade ? Sempre a possuímos ?
O Nosso arbítrio e a nossa vontade são
verdadeiramente livres ?
Anselmo negara a possibilidade de se
pensar a liberdade como uma alternativa entre posso pecar e posso não pecar.
Se a liberdade fosse poder de
alternativa , ela seria negada a Deus e
aos anjos bons, que não podem pecar, logo isto seria uma blasfêmia.
A liberdade recebe logo no inicio deste
tratado uma condição positiva, na sua distinção de não pecar.
( uma potentia non peccandi).
Mesmo observando que há diferenças
entre o livre Arbítrio de Deus e dos anjos de um lado e o do homem de outro, Anselmo busca encontrar uma definição que
tenha validade para todos.
Observamos o seguinte: Deus, os anjos e
os homens são livres, isto é, estão sob uma mesma definição de liberdade, no entanto, não implica que todos são igualmente livres.
A Vontade e um bem que dignifica o
homem perante as outras criaturas, ele descreva que a vontade se torna
verdadeiramente livre quando faz aquilo que convém, quando pratica o que é
reto.
Assim quanto mas se aproxima da
retidão, mas esta vontade e livre, e quanto mais praticamos o que é nocivo, mais
nos afastamos da liberdade.
Assim a palavra retidão (que é
fundamental no pensamento ético de Anselmo) esta associada a vontade, quanto mais esta vontade for reta, maior será
a liberdade da vontade. Assim chegamos com este argumento, que o Poder de Pecar afeta diretamente à
vontade, mas ele não é a liberdade e nem parte da liberdade.
Chegamos a três aspectos: A liberdade é um poder, a vontade é livre na medida em que possui a
retidão e por fim a liberdade diante do pecado (esta aprisiona o homem) que faz
com que o homem não possa voltar a condição anterior da vontade reta.
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