Conforme compartilhamos na semana
passada, justiça é, portanto, uma ação recíproca e pactual entre Deus e sua
criação mais elevada (os homens). É baseada no caráter de Deus, na obra de
Cristo e na capacitação do Espírito, e a essas coisas cada individuo tem que
responder de forma adequada, pessoal e continua. O conceito é o que chamamos de
“justificação pela fé”. O Conceito é revelado nos Evangelhos, mas não
exatamente nestes termos. É primariamente definido por Paulo, que usa o termo
Grego “justiça” em suas varias formas mais de cem vezes.
Paulo como rabino treinado que era, usa
o termo dikaiosune no sentido hebraico do termo usado na septuaginta, não o da
literatura grega.
Nos escritos gregos, o termo está
conectado a alguém que se adequou as expectativas da divindade e da sociedade.
No sentido hebraico é sempre estruturado em termos de pacto. YHWH é um Deus
justo, ético e moral. Ele quer que seu povo reflita o seu caráter. A humanidade redimida torna-se nova
criatura. Esta novidade resulta em um novo estilo de Vida e de piedade (o
que é o foco católico romano de justificação). Considerando que Israel era uma
teocracia, não havia uma separação clara entre o que era secular (normas da
sociedade) e o que era sagrado (vontade de Deus). Esta distinção é expressa em
termos hebraicos e gregos que são traduzidos para nossa língua como “justiça”
(relativamente à sociedade) e justiça (relativa à religião).
O evangelho (boas novas) de Jesus
consiste em que a humanidade foi restaurada a comunhão com Deus. O paradoxo de
Paulo é que Deus, através de Cristo, quita o culpado. Isto foi cumprido através
do amor, da misericórdia e graça do Pai. Através da vida, morte e ressurreição
do Filho, e através da atração e do direcionamento para o Evangelho pelo
Espírito.
A
justificação é um ato gratuito de Deus, mas tem que resultar em piedade
(posição de Agostinho, que reflete tanto a ênfase da Reforma na gratuidade do
evangelho quanto à ênfase católica Romana numa vida transformada de amor e de
fidelidade). Para os reformadores, o termo “justiça de Deus” é um genitivo
objetivo (isto é, o ato de tornar a humanidade pecadora aceitável para Deus,
{santificação posicional} ), enquanto para os católicos é um genetivo
subjetivo, que é o processo de tornar-se mais semelhante a Deus (santificação
progressiva experiencial), Na realidade são as duas coisas com toda a certeza!
Alem disso a justiça é também o
processo de tornar-se justo, que tem que ser vigorosa e prontamente buscado, um
dia ela será consumada na segunda vinda. A comunhão com Deus é restaurada na
salvação, mas progride durante toda a vida, para tornar-se um encontro face a
face, seja por ocasião da morte, ou seja, na Parousia.
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