quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Justiça Imputada. Parte 2.


Conforme compartilhamos na semana passada, justiça é, portanto, uma ação recíproca e pactual entre Deus e sua criação mais elevada (os homens). É baseada no caráter de Deus, na obra de Cristo e na capacitação do Espírito, e a essas coisas cada individuo tem que responder de forma adequada, pessoal e continua. O conceito é o que chamamos de “justificação pela fé”. O Conceito é revelado nos Evangelhos, mas não exatamente nestes termos. É primariamente definido por Paulo, que usa o termo Grego “justiça” em suas varias formas mais de cem vezes.
Paulo como rabino treinado que era, usa o termo dikaiosune no sentido hebraico do termo usado na septuaginta, não o da literatura grega.
Nos escritos gregos, o termo está conectado a alguém que se adequou as expectativas da divindade e da sociedade. No sentido hebraico é sempre estruturado em termos de pacto. YHWH é um Deus justo, ético e moral. Ele quer que seu povo reflita o seu caráter. A humanidade redimida torna-se nova criatura. Esta novidade resulta em um novo estilo de Vida e de piedade (o que é o foco católico romano de justificação). Considerando que Israel era uma teocracia, não havia uma separação clara entre o que era secular (normas da sociedade) e o que era sagrado (vontade de Deus). Esta distinção é expressa em termos hebraicos e gregos que são traduzidos para nossa língua como “justiça” (relativamente à sociedade) e justiça (relativa à religião).
O evangelho (boas novas) de Jesus consiste em que a humanidade foi restaurada a comunhão com Deus. O paradoxo de Paulo é que Deus, através de Cristo, quita o culpado. Isto foi cumprido através do amor, da misericórdia e graça do Pai. Através da vida, morte e ressurreição do Filho, e através da atração e do direcionamento para o Evangelho pelo Espírito.
A justificação é um ato gratuito de Deus, mas tem que resultar em piedade (posição de Agostinho, que reflete tanto a ênfase da Reforma na gratuidade do evangelho quanto à ênfase católica Romana numa vida transformada de amor e de fidelidade). Para os reformadores, o termo “justiça de Deus” é um genitivo objetivo (isto é, o ato de tornar a humanidade pecadora aceitável para Deus, {santificação posicional} ), enquanto para os católicos é um genetivo subjetivo, que é o processo de tornar-se mais semelhante a Deus (santificação progressiva experiencial), Na realidade são as duas coisas com toda a certeza!
Alem disso a justiça é também o processo de tornar-se justo, que tem que ser vigorosa e prontamente buscado, um dia ela será consumada na segunda vinda. A comunhão com Deus é restaurada na salvação, mas progride durante toda a vida, para tornar-se um encontro face a face, seja por ocasião da morte, ou seja, na Parousia.


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