quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mas se andarmos na Luz........



A Bíblia usa muitas figuras para nos trazer conceitos espirituais, e uma que vemos por todo o novo testamento é a figura de luz e trevas.
Desde pequeninos não gostamos de ficar no escuro, temos medo e sabemos que ficar “em trevas” não é legal. Quando nos tornamos adulto não ligamos tanto para isto, mas deveríamos atentar para as verdades espirituais deste conceito bíblico. A vida afastada de Deus e uma vida de escuridão, espiritualmente falando, o homem sem Deus esta nas trevas, conforme Provérbios 4:19. Este conceito das escrituras e bem apropriado,  pois quem esta na escuridão não sabe onde caminha e nem para onde vai. A linguagem é figurada, mas tem tudo a ver, veja o que Cristo afirmou Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”. João 8:12. Cristo afirmou que era a luz que veio para tirar os homens das trevas. Vamos analisar um texto que é muito belo e se encontra na primeira epistola do apostolo João.
“E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.”
1 João 1:5-7.
O apostolo com certeza estava presente na declaração de Jesus narrada no seu próprio evangelho, quando Cristo falou “Eu sou a luz do mundo” é certo que Deus é luz e João usa uma linguagem dualista para afirmar que nele não a treva nenhuma,  logo as trevas se opõe a Deus, e é neste sentido que o mundo esta em trevas, os conceitos do mundo são contrários ao que Cristo ensinou. Então a conclusão lógica é:  se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas mentimos..  aquele que tem comunhão com Deus não anda nos padrões deste mundo, não busca a “lei de Gerson” de levar vantagem em tudo, não vive de forma hedonista, buscando seu prazer acima de qualquer coisa.
Neste ponto entra a condicional, “Mas se...  andarmos na luz,  o que é andar na luz ? E andar segundo os ensinamentos de Cristo, e andar segundo a palavra que ele deixou,  e andar deixando as obras de maldade que habitam este nosso corpo frágil e buscando as coisas espirituais.
A primeira conseqüência de “andar na luz” é que quem anda na luz de Cristo tem comunhão com outros que estão na mesma luz...não fica preso a rótulos e nem a costumes da igreja x ou igreja y. Aquele que anda na luz  reconhece outros que também estão andando na mesma luz.
Ai vem o arremate final, podemos cair, podemos estar fracos,  podemos ser e estar envolvidos por situações de trevas,  mas se buscamos a luz e mantemos comunhão uns com os outros, o Sangue do nosso salvador e poderoso para nos purificar e mudar completamente toda a nossa vida.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Bem aventurados



O Sermão do monte (Mateus capitulo 5) é um dos textos bíblicos mais estudados, ele é estudado não apenas por teólogos ou religiosos, mas também por sociólogos, humanistas e outros grupos não Cristãos.
Mas o que levam tantos a estudar este texto, e porque ele parece tão difícil de ser alcançado ? Simplesmente ele revela o padrão moral e a ternura de seu autor que é Cristo. E coloca diante de nos um dilema, a nossa natureza caída egoísta e carnal e colocada em xeque com as palavras de Cristo.
Um ponto que devemos notar e que ao citar a lei para o povo Cristo falava: “ouvistes o que foi dito aos antigos...” Mateus 5:21.  Isto porque naquele tempo poucos liam o livro da lei,  a maioria do povo não sabia ler, e apenas os Escribas e fariseus tinham acesso ao “rolo” do livro da Lei.
Mas Jesus deixava os religiosos perplexos, porque ele ensinava não como qualquer mestre ou rabino, estes ao ensinar diziam: “conforme esta escrito na lei..” e citavam o mandamento, Mas Jesus dizia “eu porem vos digo” Ele indicava que seu ensino era maior e mais profundo que a própria lei dada a Moises. Se a lei mandou não adulterar, Cristo diz: “que quem cobiçar uma mulher no seu coração já adulterou.” Mateus 5:28. Revela assim o caráter e a autoridade do ensino de Jesus.
Mas o sermão do monte revela muito mais, aqueles que lêem esta preciosidade de qualquer maneira eu comparo a alguém que tem um banquete na sua frente e come sem apreciar, sim,  de fato se lermos esta passagem de Mateus 5 de qualquer maneira não vamos perceber a riqueza de detalhes e quão profundo são seus ensinamentos.
Note a primeira bem aventurança “Bem aventurados os pobres de espírito porque deles e o reino dos céus” Mateus 5:3. O texto grego traz as seguintes palavras “Makaroi Ptochos Pnneuma”.   No grego temos duas palavras usadas para pobre: Penes = Pobre (aquele pobre que vive a conta e passa o mês inteiro apertado)  Ptochos = Pobre ( Miserável, aquele que não tem nada, vazio, mendigo)  Jesus usou Ptochos, nesta bem aventurança,  ou seja, podemos traduzir também assim “muito feliz e aquele que olha para si mesmo e vê quão pobre é em seu espírito” Notaram que o conhecimento do texto faz toda diferença. Jesus falava para uma multidão de pobres, um povo que estava sendo explorado pelos romanos, mas não é desta pobreza que o texto fala, mas de uma pobreza interior, de alguém que olha para dentro de si mesmo e reconhece que necessita do socorro de Deus em sua vida. não vê nenhum mérito em si mesmo.
Não vamos seguir adiante para que esta postagem não fique grande em demasia, mas espero que os amigos deste blog façam uma reflexão do sermão do monte, pois se trata de uma passagem belíssima e de um acalento para a nossa alma tão sofrida nestes dias maus.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Justiça Imputada. Parte 2.


Conforme compartilhamos na semana passada, justiça é, portanto, uma ação recíproca e pactual entre Deus e sua criação mais elevada (os homens). É baseada no caráter de Deus, na obra de Cristo e na capacitação do Espírito, e a essas coisas cada individuo tem que responder de forma adequada, pessoal e continua. O conceito é o que chamamos de “justificação pela fé”. O Conceito é revelado nos Evangelhos, mas não exatamente nestes termos. É primariamente definido por Paulo, que usa o termo Grego “justiça” em suas varias formas mais de cem vezes.
Paulo como rabino treinado que era, usa o termo dikaiosune no sentido hebraico do termo usado na septuaginta, não o da literatura grega.
Nos escritos gregos, o termo está conectado a alguém que se adequou as expectativas da divindade e da sociedade. No sentido hebraico é sempre estruturado em termos de pacto. YHWH é um Deus justo, ético e moral. Ele quer que seu povo reflita o seu caráter. A humanidade redimida torna-se nova criatura. Esta novidade resulta em um novo estilo de Vida e de piedade (o que é o foco católico romano de justificação). Considerando que Israel era uma teocracia, não havia uma separação clara entre o que era secular (normas da sociedade) e o que era sagrado (vontade de Deus). Esta distinção é expressa em termos hebraicos e gregos que são traduzidos para nossa língua como “justiça” (relativamente à sociedade) e justiça (relativa à religião).
O evangelho (boas novas) de Jesus consiste em que a humanidade foi restaurada a comunhão com Deus. O paradoxo de Paulo é que Deus, através de Cristo, quita o culpado. Isto foi cumprido através do amor, da misericórdia e graça do Pai. Através da vida, morte e ressurreição do Filho, e através da atração e do direcionamento para o Evangelho pelo Espírito.
A justificação é um ato gratuito de Deus, mas tem que resultar em piedade (posição de Agostinho, que reflete tanto a ênfase da Reforma na gratuidade do evangelho quanto à ênfase católica Romana numa vida transformada de amor e de fidelidade). Para os reformadores, o termo “justiça de Deus” é um genitivo objetivo (isto é, o ato de tornar a humanidade pecadora aceitável para Deus, {santificação posicional} ), enquanto para os católicos é um genetivo subjetivo, que é o processo de tornar-se mais semelhante a Deus (santificação progressiva experiencial), Na realidade são as duas coisas com toda a certeza!
Alem disso a justiça é também o processo de tornar-se justo, que tem que ser vigorosa e prontamente buscado, um dia ela será consumada na segunda vinda. A comunhão com Deus é restaurada na salvação, mas progride durante toda a vida, para tornar-se um encontro face a face, seja por ocasião da morte, ou seja, na Parousia.


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Justiça Imputada.


Este é um assunto que causa confusão na cabeça de muita gente, ora o senso comum das pessoas entende que “ser justo” e praticar coisas boas, fazer o que é correto e julgar com equidade. Sim é verdade, mas mesmo que façamos tudo isto, a palavra de Deus declara que nossa justiça e como “trapos da imundícia”, Isaias 64:6. Imagine um pano de chão bem fedorento... Assim e que se parecem diante do altíssimo nossa justiça.
“Justiça” é um assunto tão crucial que o estudante da Bíblia precisa fazer um profundo e completo estudo pessoal do conceito. No Velho Testamento o caráter de Deus é descrito como “justo” ou “reto”. O próprio termo mesopotâmico deriva de um junco ou bambu dos rios, que era usado como ferramenta de construção, para aferir o prumo horizontal  de paredes e cercas. Deus escolheu o termo para ser usado metaforicamente a respeito de sua própria natureza Ele é o prumo reto, a régua, o nível pelo qual todas as coisas são validadas. Este conceito assevera a justiça de Deus e também o seu direito de julgar.
O homem foi criado à imagem de Deus (Gn.1:26,27  5.1,3) A humanidade foi criada para comunhão com Deus. Toda a criação é o palco ou pano de fundo para a interação de Deus e da humanidade.
Deus queria que sua mais elevada criação,  a humanidade, o conhecesse, amasse e servisse, e que fosse semelhante a Ele ! A lealdade humana foi testada (Genesis 3) e o casal original falhou no teste, Isto resultou no rompimento da relação entre Deus e a Humanidade. (Romanos 5. 12-21).
Um ponto que devemos ter em mente, e que esta “falha” não foi o ato de comer o fruto em si,  mas a disposição do homem em não obedecer, em não se sujeitar ao Eterno, o homem quis ter autonomia, ele passou a conhecer “o lado mau” das coisas,  e esta autonomia passou a ser um fardo, pois o homem não estava preparado para isto.
Todo pai aconselha seu filho, mas muitas vezes nossos filhos querem ter sua “autonomia” e ai quando tudo da errado percebem que o pai estava certo.
Foi assim com a humanidade, após rebelar-se o homem viu que o conselho de Deus era correto, e acredito que Deus viu este pensamento no coração do homem, por isso logo após a queda ele prometeu reparar e restaurar a comunhão (Gn 3:15).
Ele faz isso através da sua própria vontade e de seu próprio Filho, porque os seres humanos eram incapazes de restaurar a brecha (Rm 1:18 a 3:20). Depois da queda, o primeiro passo de Deus em direção a restauração foi o conceito de pacto, baseado no seu convite e no arrependimento, fidelidade e resposta obediente da humanidade.  Por causa da queda, os seres humanos ficaram incapacitados de agir conforme aquele que lhe fez semelhante, (sim perdemos a capacidade de ser integralmente justos ! como ele é justo) conforme Gálatas 3,  Romanos 3.21 a 31 pelo que o próprio Deus teve que tomar  a iniciativa de restaurar os seres humanos que quebravam os pactos. Ele o fez da seguinte maneira:

1- Declarou a humanidade pecadora, mas justificada através da obra de Cristo (justiça forense, absolvição, justificação) o sacrifício de Cristo foi vicário (nos substituindo) satisfazendo sua justiça.

2- Imputou gratuitamente a sua justiça em nós (através da obra de Cristo)

3-Proveu a presença interior do Espírito, que produz justiça na humanidade (justiça ética).
4-Restaurou a comunhão perdida no Éden, através da imagem de Cristo nos crentes (justiça relacional).

Contudo Deus requer uma resposta do homem através do pacto. Deus decreta (isto é, da gratuitamente) e providencia, mas os seres humanos necessitam responder e continuar correspondendo através de elementos que demonstram esta resposta:  Arrependimento, Fé, Estilo de vida obediente e Perseverança. Continuamos na próxima falando sobre a justiça.



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O Apostolo João. Parte 2.


Olhando um pouco mais do que os evangelhos falam sobre João,  vemos que ele realmente foi o mais intimo apostolo de Cristo, lembram da passagem da ultima ceia,  quando Cristo, angustiado disse que um dos discípulos estava para traí-lo, os discípulos espantados olhavam uns para os outros, imaginando quem haveria de ser ...ora o texto bíblico diz que “o discípulo a quem Jesus amava estava reclinado sobre o peito de Jesus (João ) estava ali desfrutando de um momento que não tinha preço ( muito mais do que qualquer momento que um cartão de credito possa proporcionar..) então Pedro vendo a proximidade de João fez sinal para que ele perguntasse quem seria o traidor..
Conforme João 13:21 a 27.
Outro episodio marcante foi quando a mãe de João chegou com seu irmão Tiago e fez uma solicitação mirabolante para Jesus... Ela queria que seus dois filhos se assentassem um a direita e outro a esquerda de Cristo na sua gloria.
Ora eles não tinham noção do que estavam pedindo (como muitas vezes nos fazemos..) e Cristo respondeu a eles exatamente isto...”Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? “ Marcos 10:38.  Na verdade ele estava falando do cálice de sofrimento que ele haveria de passar, e ele mesmo disse que eles passariam também por sofrimento..”Em verdade, vós bebereis o cálice que eu beber, e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado; Mas, o assentar-se à minha direita, ou à minha esquerda, não me pertence a mim concedê-lo, mas isso é para aqueles a quem está reservado.”
Marcos 10:35-40.
E isto aconteceu mesmo, Tiago irmão de João foi o primeiro apostolo a morrer por ordem de Herodes conforme Atos 12:2.
Seu irmão João segundo a tradição foi o ultimo a morrer, ele foi exilado na época do imperador Domiciniano,  estando em seu exílio ele teve a revelação da palavra para as igrejas da Ásia menor e para a igreja de hoje, que chamamos de apocalipse.
Queria terminar esta postagem lembrando que João teve uma intimidade que nenhum outro discípulo chegou a ter com Jesus, e a honra de receber a revelação dos últimos dias, alem de ver em seu corpo físico a verdadeira imagem de Jesus, não mais um carpinteiro da galileia, mas o verdadeiro Deus com gloria e majestade conforme apocalipse 1:10 em diante.