A síntese da mensagem do evangelho, na concepção
paulina, é que a justificação é obra da graça de Deus. Qualquer tentativa de
alcançá-la através de outro caminho aponta para a auto-suficiência, levando o
homem ao pecado.
Este fator, no entanto, direciona para um total
fracasso humano na tentativa de adquirir a justificação que não seja através da
graça meritória de Cristo. Paulo entende que um relacionamento sadio, só pode
ser adquirido em sua totalidade através de uma incondicional dependência com Cristo
mediante a fé. O que acarreta dizer que as exigências do cumprimento da lei só
serão satisfatórias em Cristo que cumpriu toda a lei e consequentemente o
cumprimento das promessas em Abraão. Com este conceito, Paulo
expressa que, em Cristo, o Deus do Antigo Testamento é fiel à sua promessa e se
compromete judicialmente com o homem em absolvê-lo da condenação da lei,
gerando assim, uma nova aliança como descreve VanGemeren:
‘A nova aliança é a
administração soberana da graça e da promessa por meio da qual o Pai consagra o
seu povo a si mesmo por intermédio tanto do sangue do Senhor Jesus, como da
presença do Espírito Santo para a glória que ele preparou para os eleitos.[1]’
Assim sendo, a absolvição resulta em liberdade da
lei, pois, para Paulo a lei nunca teve um sentido fundamentalmente
soteriológico.
Ele não podia aceitar o fato de que os fariseus e,
até mesmo, os cristãos primitivos pensassem que a salvação oferecida por Deus
fosse fruto e conseqüência dos méritos pessoais obtidos pela obediência e
submissão à lei e muito menos quando o homem supera suas culpas e infidelidades
pelo cumprimento da lei, a fim de sentir-se salvo e amigo de Deus.
Afonso
Garcia Rúbio, entende que “a liberdade vem de Jesus Cristo, da ação do Espírito em
nós, não da auto-suficiência proveniente do cumprimento da lei”.[2]
Em Síntese, a lei não tem qualquer poder salvífico,
ou seja, a lei nunca foi o fator predominante para que o pecador pudesse
adquirir vida. A lei condena o homem e ela é impossível de ser cumprida. Com a
lei ninguém se justifica e, nesse caso, o fator primordial é o próprio Cristo
que na plenitude de Deus se encarnou e veio ao mundo para resgatar todos que
estavam sob a lei, como descreve Gl. 4:4-5.
Continuamos na proxima.
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