quarta-feira, 19 de março de 2014

Teófilo de Antioquia


Teófilo foi bispo de Antioquia, uma das cidades mais importantes de todo o império. Seus escritos são dirigidos a um amigo pagão chamado Autolico, e tem propósito bem claro de querer levar qualquer pagão instruído a aceitação das verdades cristãs.
Introduziu pela primeira vez o tema da creatio ex-nihilo (criação a partir do nada).
O universo e a matéria não são eternos, contrariamente ao que os gregos criam, se a matéria foi criada do nada, logo a matéria não é necessariamente má conforme os gregos postulavam.

Utilização do conceito de logos para explicar o relacionamento de Deus com o mundo.        
Para Teófilo o logos seria “o agente de Deus na criação e no falar dos profetas.” O logos estaria eternamente dentro de Deus e seria “expelido” a existência pelo Pai para o Pai perfeito possa se relacionar com o mundo do tempo e da criação.
Estas ideias, contudo, apresentam alguns problemas: Primeiro, confundem o filho com o Espírito (o agente de Deus no falar dos profetas seria o Espírito e não o logos),  segundo induzem a ideia de que o filho teria sido “criado” pelo Pai, ideia que a igreja descartou posteriormente.

Os pais apostolicos foram fundamentais na defesa da Fé cristã no primeiro e segundo seculos,  defendendo a fe cristã de muitas heresias principalmente o gnosticismo, mas não sem erros em alguns conceitos, uma vez que a teologia sobre Jesus Cristo e sobre Deus pai ainda estava em construção neste periodo.

terça-feira, 11 de março de 2014

Atenágoras de Atenas


Semelhantemente a Justino Atenagoras não abandonou a filosofia pelo fato de se ter convertido ao cristianismo. Em seus escritos tentou convencer o imperador a deixar de perseguir os cristãos, salientando o fato que o Deus dos cristãos era muito semelhante ao Deus  no qual o próprio  imperador cria. São algumas das ideias de Atenagoras:
Grande ênfase na perfeição e transcendência de Deus    “reconhecemos um só Deus, não criado eterno, invisível, impassível, incompreensível, ilimitado que é aprendido somente pelo razão e pelo entendimento,  por quem o universo foi criado mediante o seu logos, estabelecido na ordem e mantido em existência..”4   Tal descrição compromete a natureza pessoal do Deus da Bíblia  (invisível, impassível) bem como dificulta a compreensão da humanidade de Cristo.

Uma primeira explicação do mistério da Trindade     “Reconhecemos um Deus e um filho  que é seu logos, e um Espírito Santo, unidos em essência:  o pai,  o filho, o Espírito, porque o filho é a inteligência, razão e sabedoria do pai e o Espírito é uma emanação como a luz é o fogo”.
No afã de salientar o monoteísmo  cristão e não afetar a unidade de Deus,  Justino negligenciou a personalidade tanto do filho (chamando-o de inteligência e razão) quanto à personalidade do Espírito (chamando-o de emanação).
Continuamos na proxima com o ultimo apologista de nossa serie Teofilo de Antioquia.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Apoligistas Justino Martir


Justino Martir     
É considerado por muitos autores o mais importante dos apologistas. Sua peregrinação espiritual o conduziu da filosofia grega em direção a Cristo. São ideias características de Justino:
O cristianismo e a verdadeira filosofia    E dele a seguinte frase: “esta (o cristianismo) é a única filosofia certa e adequada que encontrei”.  Os opositores da apologética sempre discordaram da associação entre filosofia e o cristianismo.  No entanto Tillichi*   alerta para o fato que na época a palavra filosofia se referia a  movimentos de caráter espiritual oposto a magia e a superstição.      Era, portanto, natural que Justino se referisse ao cristianismo como filosofia, pois não era “mágico” e nem “supersticioso”.
O Logos encarnou em um individuo histórico Jesus Cristo, para a salvação da humanidade.    
Isto implica que a filosofia Cristã e universal, pois no pensamento grego, logos era a “razão universal”.  Os apologistas não encaravam o cristianismo como “mais uma religião”, mas sim como  a “negação de todas as religiões”, pois era a manifestação da verdade no tempo e no espaço.3   Justino morreu em Roma como mártir, durante o reinado do imperador Marco Aurélio.


*Tillich Paul. Historia do pensamento Cristão.
   Traduçao Jaci Maraschin Ed. São Paulo Aste 2000 pg.230