terça-feira, 23 de abril de 2013

São Jorge



Hoje e comemorado o dia deste “Santo”, e muitos entram em igrejas romanas para fazer oferendas e pedir alguma “graça” desta entidade que é chamada de “santo guerreiro”.
Queria antes de tudo explicar que coloco entre aspas, porque não considero  verdade os ditos do povo sobre esta entidade,  e chamo de entidade da mesma forma que chamei  a yemanja  (postagem de fevereiro de 2012).
Tudo que temos sobre o Jorge de Anici  (esta seria o nome dele)  não temos certeza se é verdadeiro. Ele teria sido um soldado romano na época do imperador Diocleciano,  que foi torturado e morto por sua fé.  Diocleciano e Domiciniano foram vorazes perseguidores da fé cristã e milhares de seguidores de Jesus morreram por ordem destes  imperadores.

                                                   Jorge de Anici periodo barroco

Mas se Jorge de Anici foi mesmo um seguidor de Jesus  ele deve estar muito revoltado com o que fizeram com ele, tornando um “santo” e o adorando.
Nem mesmo o Apostolo Pedro que os católicos chamam de “primeiro papa” quis ser adorado quando chegou à casa de Cornélio (Atos 10:25 e 26) , muito mais ele que foi um soldado que não negou sua fé,  iria querer toda esta adoração.
Sincretismo com Ogum
No Brasil os rituais do Candomblé e da Umbanda trazidos pelos escravos  foram por eles misturados à fé dos católicos, não querendo ser maltratados pelos seus senhores, os escravos recorreram ao sincretismo para poder cultuar seus “deuses e orixás”  assim ogum, que seria o orixá guerreiro  passou a ser associado a Jorge de Anici  ou são Jorge como assim o chamam.
Cabe lembrar que de acordo com as escrituras (bíblia) nenhum outro homem ou suposto “santo” deve ser adorado, apenas o salvador Jesus Cristo,  o Santo dos Santos,  o verdadeiro Senhor de tudo e que deve receber nossa adoração.
A adoração a “santos e mártires” nunca existiu ate o século terceiro, quando o decreto do imperador Constantino  terminou a perseguição romana e tornou o Cristianismo religião oficial do império, com isso muitos que adoravam os deuses romanos,  passaram a frequentar as igrejas cristãs e com isso começou o processo de adoração de santos e mártires... A coisa foi  se tornando fora de controle a tal ponto que séculos mais tarde o Papa Alexandre III (1159-1181) então proibiu veneração determinando que ela só pudesse ocorrer com a autorização da Igreja Romana, a partir desta época a igreja católica tentou colocar ordem no “samba do crioulo doido”  (desculpem não resisti fazer esta analogia) que se tornou a adoração de santos.


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