O que sabemos a respeito de Marcion devemos principalmente aos seus mais notórios oponentes como Tertuliano e Epifânio, sendo que o primeiro escreveu uma obra em cinco volumes intitulada: contra Marcião.
Possuindo ele muitas posses, pois ganhava muito dinheiro com seus negócios, logo ofereceu uma grande soma para a igreja romana.
Algum tempo depois em 144 d.C. fundou uma escola que se opunha contra o cristianismo ortodoxo, acabou afastado da igreja e seu dinheiro teria sido devolvido, (sendo que esta devolução e questionada por alguns historiadores).
Marcion fundou várias igrejas e sempre viajava visitando suas igrejas, procurando resolver problemas, bem como fortalecer o movimento cada vez mais entre os fiéis. Marcion morreu no ano 160 d.C, tendo o seu movimento seguido em frente, persistindo sua igreja no Ocidente aí pelo século IV d.C, e no Oriente até o século VII d.C.
Marcion rejeitava peremptoriamente os escritos do Antigo Testamento, dessa forma cria ele ser o instrumento usado por Deus para fazer uma verdadeira limpeza nos escritos do Novo Testamento, os quais devido uma má interpretação da Igreja Antiga, estavam cheios de elementos judaizantes, assim desenvolveu o que podemos chamar de o primeiro cânon até hoje conhecido, o qual era composto de duas partes, que ele denominou de: O evangelho, essencialmente composto das partes que ele considerava como autenticas do Evangelho de Lucas e outra que ele chamou de O apóstolo, continha
10 cartas do apostolo Paulo.
Marcion não foi autor de nenhum evangelho, nem tão pouco em sua época foi escrito algum, o que conhecemos como O evangelho de Marcion, é na verdade uma forma modificada do Evangelho canônico de Lucas, adaptado a doutrina marcionita, com a retirada do que ele não aceitava e inclusão do que ele bem entendia e queria.
Uma vez que Marcion negava completamente os Apóstolos de Cristo, chegando inclusive a chamá-los de pseudo-apóstolos, alegando que todos foram infiéis, quando da prisão e morte de Jesus, não podia ele aceitar em hipótese alguma os demais evangelhos, até porque todos os Apóstolos eram Judeus, por isso Deus levantou à Paulo que era o único e verdadeiro apóstolo de Cristo, para revelar a verdadeira essência de Deus através dos seus escritos, no entanto a Igreja também havia interpelado os escritos de Paulo e enxertado os elementos judaizantes, e mais uma vez Marcion entra na história para promover a limpeza também nas Epistolas Paulinas, tendo ele se auto nomeado como representante de Paulo, só ele poderia levar adiante a obra que o apóstolo teria começado.
Marcion cria que o cristianismo era uma nova revelação e não tinha nenhuma ligação com judaísmo, pelo contrario o cristianismo surgiu para substituir o judaísmo, para ele Cristo não veio em carne, apenas parecia que tinha um corpo real, uma espécie de ilusão.
Este pensamento Gnóstico e tremendamente perigoso e marcião neste ponto deixou se levar pela idéia de que a velha aliança falhou, (na verdade não houve dois propósitos), a salvação humana já estava prevista antes mesmo de Israel existir conforme dissemos antes.
Ele também pregava que o casamento era corrupto e recomendava uma vida asceta para os seus seguidores. A vida cristã sincera, para Marcion, é melhor cumprida quando o indivíduo segue o ascetismo. Os homens enganam a si mesmos quando se tornam parte do mundo, esperando, ao mesmo tempo em que possam derrotar as obras da carne. É recomendável não somente que o homem evite a sensualidade, mas também que evite o matrimonio que leva o homem a corrupção.
Conclusão:
Marcião lembra muitos lideres evangélicos de nosso país, que começaram muito bem e estão acabando muito mal....
Na verdade ele começou se opondo a corrupção que já imperava no clero Romano, e acabou caindo no engano que a velha aliança falhou e era carnal e a nova era espiritual, ele na verdade estava pregando um dualismo, de que o corpo físico precisa ser aniquilado para que o espírito possa estar com Deus.